Entrar num sex shop sozinha já é difícil, você se faz de moderninha, respira fundo, estufa o peito e se não conseguir manter o rebolado sai de fininho, mas se vai acompanhada não tem como não passar por um bom aperto. Como sempre abro a exceção para os gays que já assumiram estas modernidades como parte de suas vidas. Mesmo assim acredito que um mais tímido ainda se acanhe na hora de revelar seus fetiches, fantasias e desejos mais íntimos.
Não pensem que é frescura, os machões tem um medo absurdo dessas lojas obscenas. São meio inseguros por natureza e a imagem de um enorme caralho ameaçando desbancá-los, foge totalmente ao controle que eles supõem ter sobre suas fêmeas. No dia em que comprei meu utilíssimo "consolo de viúva", meu marido transpirava aversão por aquele objeto, um misto de medo (e se ela quiser meter esse negócio no meu cu?!) e ciúmes (e se ela gostar mais desse do que do meu?!).
E lá fomos nós, de mãozinnhas juntas a procura de uma novidade pra esquentar a relação. Eu já sabia exatamente o que eu queria, ele, no entanto, como não tinha a menor idéia, começou a constrangedora busca por produtos condizentes com sua posição de macho, o que não é uma tarefa muito fácil num sex shop. Eram tantos objetos imprecisos, e perguntar a finalidade de cada um deles seria extremamente imprudente.
Meu embaraço não era muito menor, mas meu objetivo era chegar na estante com inúmeros caralhos e rolas para todos os gostos e necessidades, o que ele tentava evitar a todo custo.
Um tamanho maior, e uma grossura menor era o que eu queria, e se vocês já leram o meu post sobre Sexo Anal vão entender o porque das especificações. Essas coisas a gente não sai explicando ao parceiro no meio da loja com gente igualmente constrangida passando pra lá e pra cá, sem contar aqueles que sem nenhum constrangimento, nos deixavam ainda mais desconfortáveis ao se mostrarem tão desinibidos.
Sem entrar em muitos detalhes, comuniquei o meu desejo de adquirir o produto e sem saber dos meus motivos meu marido tentava ajudar na escolha evitando pousar os olhos mais que alguns segundos nos candidatos.
No auge do desconforto, eu faço a minha escolha e procuro a vendedora simpática que rondava o ambiente discretamente, mas para meu desespero a moça estava ocupada atendendo um cliente alvoroçado, me restando como alternativa aquele que parecia ser o dono do estabelecimento, uma figura extravagante e exagerada.
No auge do desconforto, eu faço a minha escolha e procuro a vendedora simpática que rondava o ambiente discretamente, mas para meu desespero a moça estava ocupada atendendo um cliente alvoroçado, me restando como alternativa aquele que parecia ser o dono do estabelecimento, uma figura extravagante e exagerada.
Eu tenho alguns amigos gays e gosto muito deles, até hoje só tive o desprazer de ter um colega de faculdade que era uma bicha louca e intragável, e ao avistar o indivíduo, aquela lembrança desagradável se abateu sobre mim. Será que estava estampado na minha cara a antipatia a primeira vista, porque o cara mal olhou pra mim e se dirigiu direto ao meu marido...
-Querido, me desculpe a demora em atendê-lo, um funcionário faltou, em que posso ajudá-lo?
Meu marido quis morrer, estava claramente estampado em sua voz quando gaguejando perguntou se ele teria algum tipo de óleo com sabor de menta ou chocolate. A criatura insatisfeita com um desejo tão simples começou uma prolixa descrição de produtos para as mais diversas finalidades. Capas penianas, bolinhas anais, massageadores, coleiras, algemas. Para salvá-lo do embaraço, me aproximei tentando encerrar a conta, empunhando a rola e o oleozinho de menta que rapidamente encontrei na prateleira. A criatura intragável me fuzilou com o olhar. Será que ele queria me provocar??!!
Vocês devem estar se perguntando porque não fiz essa compra sozinha, mas essa é uma pergunta que até hoje eu me faço. De qualquer forma, o melhor era que ele ficasse sabendo da aquisição logo, antes que se deparasse com aquilo em uma gaveta inadvertidamente.
O trauma da primeira vez juntos no sex shop passou e no fundo não deve ter sido tão ruim assim, pois pouco tempo depois lá me vem o marido com cara de felicidade, sacolinha cor de rosa na mão, cheia de novidades. Ele foi sozinho??!! Pois é, acho que ele é mais esperto que eu. Sozinho, porque se precisar...sai de fininho!!!
O trauma da primeira vez juntos no sex shop passou e no fundo não deve ter sido tão ruim assim, pois pouco tempo depois lá me vem o marido com cara de felicidade, sacolinha cor de rosa na mão, cheia de novidades. Ele foi sozinho??!! Pois é, acho que ele é mais esperto que eu. Sozinho, porque se precisar...sai de fininho!!!
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