Sexo e Casamento

Comecei relatando em meu último Post os dilemas que tenho que enfrentar pra escrever os textos pro blog, e coincidentemente o tema seguinte é justamente sobre casamento. E vejam a saia justa que eu vou ter que usar. Como é que a gente fala sobre Sexo e Casamento sem “meter o pau”?! Até umas décadas atrás, minha avó dizia que não podia “meter o pau” antes de casar, hoje, até minha avó concorda que antes de casar é bom dar umazinha pra testar antes de assinar os papéis.

Mas a motivação para o enlace matrimonial nos dias atuais deixou de ser o sexo, se bem que eu tenho uma prima que casou virgem, e morro de pena em pensar que ela nunca teve o gostinho de uma trepada sem compromisso. Preciso dizer que sexo antes de casar é muito melhor?! Dizem que durante o casamento também pode ser muito bom, desde que não seja com a mesma pessoa com quem se casou...

Ai a gente casa e tudo é uma maravilha, sexo todo dia, à vontade. Todo mundo sabe o que você está fazendo e ainda nos encorajam perguntando se já estamos encomendando o bebê. De início a idéia pode parecer meio precipitada, mas depois de algum tempo com todo aquele sexo permitido e garantido, uma certa monotonia começa a se abater sobre o nobre relacionamento e um bebê nos faz relembrar os motivos que nos levaram ao casamento.

O que era abundante antes do estado grávido do casal, passa ao status de programação exclusiva para datas comemorativas, a saber, aniversários, aumento salarial, dia da secretária (se a esposa for secretária ela também dá uma trepadinha) e com sorte uma farrinha no carnaval. Quando o bebê nasce, o pai orgulhoso até pensa que aquele período de inanição que ele estava passando estaria por ter fim, mas o engano não poderia ser maior. A maternidade nos contamina com um profundo desinteresse por sexo e até que as crianças cresçam é muito difícil um novo despertar da vida sexual da mulher. Mas com esforço e dedicação a gente tenta dar conta dos filhos, do trabalho, da casa, do marido e no final do dia do sexo. Será que dá pra ter uma idéia do quanto isso pode ficar monótono e cansativo?

Casamento é uma coisa longa, demora uma vida toda (se você não separa, obviamente) e é ai que surgem os problemas. Você pode conhecer bem o parceiro e saber tudo do que ele gosta na cama, mas depois de muitos anos juntos a gente vai perdendo o interesse, vai deixando de olhar e desejar o parceiro, o que é até compreensível, o cara está ali sempre ao seu lado, o mesmo beijo, o mesmo gosto, o mesmo pinto todo dia. Esgotam-se as posições, os fetiches perdem a graça e a imaginação começa a falhar.

Comigo não foi diferente de inúmeros casos de pessoas que eu conheço e convivo no meu dia a dia. As vezes me pergunto o que afinal de contas faz com que as pessoas continuem se casando. Será que elas não enxergam o quanto é difícil manter um casamento? Os anos se passaram e me acomodei com a idéia de que a separação não ia resolver meu problema, eu terminaria me casando de novo e seria tudo igual. Além do mais meu marido é um cara legal e ainda é bonito, gostoso e simpático. Pra que jogar tudo isso fora num mundo que homem com selo de qualidade é uma mercadoria em extinção?

Mas ai quando eu achava que nada poderia melhorar, e que a monotonia tinha se instalado sobre as nossas vidas e irremediavelmente sobre a nossa cama, meu marido começa a me beijar diferente e me comer com enorme entusiasmo, um sexo oral irresistível. Antes que alguém diga que sente cheiro de “chifres” no ar, admito que pode muito bem ser isso mesmo. E se realmente uma galhada brota em minha fronte, eu diria que se for somente sexo, estou quase conformada, quase acreditando que uns chifres são a solução pro tédio nos relacionamentos. Se as coisas continuarem assim topo sugerir um sexo a três, até a quatro se ela for casada. Ainda não tinha passado pela minha cabeça a possibilidade de “ela” ser “ele”, mas se for, tomara que o cara seja “bi”!!! E quanto aos ciúmes... Ah, esse é um assunto controverso e prolixo, vamos deixar para uma outra vez!